sexta-feira, 27 de maio de 2011

MANUEL BANDEIRA E JUIZ DE FORA NA POESIA A NOSSA HOMENAGEM

 

 

DECLARAÇÃO DE AMOR


Juiz de Fora! Juiz de Fora!

Guardo entre as minhas recordações

Mais amoráveis, mais repousantes
Tuas manhãs!

Um fundo de chácara na Rua Direita
Coberto de trapuerabas...
Uma velha jabuticabeira cansada de doçura.
Tuas três horas da tarde...
Tuas noites de cineminha namorisqueiro...
Teu lindo parque senhorial mais segundo-reinado do que a
[própria Quinta da Boa Vista...
Teus bondes sem pressa dando voltas vadias...

Juiz de Fora! Juiz de Fora!
Tu tão de dentro deste Brasil!
Tão docemente provinciana... 

      Primeiro sorriso de Minas Gerais


IMAGENS DE JUIZ DE FORA


I

Vejo-a dançando tão leve e linda,
Tão linda e leve como nenhuma
Não dança, voa como uma pluma
Largada ao vento.
E quando passa, dançando ainda,
leva consigo meu pensamento.

II

Entras, mimosa e cândida,
E enleado em teu perfume
Gagueja um poeta pálido:

        ‘Du bist wie eine Blume...


III

Soltos, desnastros,
Esvoaçantes,
Num fulgor de astros,
Quem dera vê-los,
Nas madrugadas,
Os teus cabelos,
Loucos, errantes,
Sobre as espáduas maravilhadas!...

IV

Qual o mistério de terdes
Uns olhos que tanto encantam?
Que sereias é que cantam
Na água desses olhos verdes?

V

Aparece... E uma luz irradia na sala
Como de uma primeira estrela em céu opala.










MANOEL BANDEIRA









Semana de arte moderna-1922







Literatura Aula 15 - A Semana de Arte Moderna Parte 1











Literatura Aula 15 - A Semana de Arte Moderna Parte 2










O Habitante de Pasárgada - Manuel Bandeira









Vídeo "O Habitante de Pasárgada", sobre o poeta Manuel Bandeira. O documentário faz parte do DVD "Encontro Marcado com o cinema de Fernando Sabino e David Neves"




Manuel Bandeira - Vou-me embora pra pasargada -NP







"Maysa" declamada por Manuel Bandeira, com a Maysa cantando ao fundo













Minha homenagem a essa incrível cantora, que tanto demorei para conhecer. A poesia é a faixa 29 do livro "Manuel Bandeira: 50 poemas escolhidos pelo autor", da CosacNaif; a canção "You better go now", a faixa 2 do LP "Maysa: songs before dawn"; a mistura de ambas e os slides são obras minhas.




Os sapos - Manuel Bandeira













Interpretação da poesia de Manuel Bandeira com imagens de Tarsila do Amaral.


"Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.


Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".


O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.


Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.


O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.


Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.


Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."


Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".


Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.


Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".


Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".


Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;


Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é


Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio..."




Trem de Ferro, de Manuel Bandeira









Animação da poesia Trem de Ferro, de Manuel Bandeira, exibida no Castelo Rá-Tim-Bum da TV Cultura.




O Bicho - Manuel Bandeira





FONTE:


mafua#5


Manuel Bandeira – Wikipédia, a enciclopédia livre


 

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